Matéria especial com a nossa Acadêmica Duda Tavares

  30/10/18      11h39

Essa nossa tara pelo ensino superior nos trouxe longe demais. Escrevemos um artigo motivado pelo nosso cotidiano, que esfrega na nossa cara os inúmeros casos de Maria da Penha que têm as agressões motivadas porque a vítima não deixa o namorado pegar o celular dela, porque o marido viu que ela tem amizade no Facebook com tal cara, porque durante o jantar ela olhou pro celular e riu, então levou uma surra por estar conversando com macho, quando na verdade trocava mensagens no WhatsApp com as amigas (esses não são os casos que analisamos, esses são retratos que eu conheço e estou exemplificando). Nosso artigo teve como título "INTERNET E MÍDIAS SOCIAIS: MEIOS DE PROPAGAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER". Afinal, quantas moças tiveram nudes espalhados pelos ex apenas pelo término do relacionamento?

Esse artigo significa pra nós muito mais que uma publicação, muito mais que uma aprovação e muito mais que ter poder de fala em um congresso de alcance nacional. Esse artigo é a nossa visão do grito de socorro que muitas vítimas, silenciosamente, soltam todos os dias através de medidas protetivas, ou mesmo de boletins de ocorrência. Esse trabalho é a nossa militância no papel, é nossa representatividade em pesquisa. Em números, nós demonstramos que a tecnologia têm afetado na propagação e perpetuação do cometimento desse tipo de crime através de crimes virtuais, que são de extrema complexidade. A falta de instrumentos da justiça para solucionar as infrações cometidas por meios tecnológicos, torna a violência doméstica ainda mais amedrontadora para vítima que recebe ameaças pelo WhatsApp e que tem seus vídeos espalhados no Facebook.

Nosso objetivo é cutucar as pessoas, as autoridades, os pesquisadores ao menos um pouco, pra que analisem esse meio de deixar a mulher ainda mais insegura.

Eu quero agradecer à Mariane, porque não posso dizer que nosso vínculo é só uma amizade. Você é uma irmã, alguém que me entende e que pensa como eu, alguém que está disposta a lutar pelos mesmos ideais que eu, e alguém que além de extremamente inteligente é super disposta. 

Minha mãe, Cris, merece os créditos desse trabalho com a gente, porque quem nos incentiva todo dia a continuar as pesquisas e crescer no mundo acadêmico é ela. Nos orientou, nos incentivou e não deixou que a gente desanimasse nem desistisse.

Todos os agradecimentos e todo o amor pela nossa querida professora, Dra. Fernanda Feguri, que fez de seu conhecimento e de suas palavras doces e sensíveis o nosso foco e o nosso objetivo. Foi ela que ficou animada quando pensamos no tema, foi ela que nos orientou. Grande profissional, grande professora e grande amiga!

Além disso tudo, agradeço também às pessoas que responderam nosso questionário e fizeram parte dessa aprovação. Vocês terem tirado um pouquinho do seu tempo pra responder nossas perguntas nos trouxe até aqui!

Agora é ir pra São Paulo, apresentar esse trabalho e mostrar pro mundo que mulher não faz "coitadismos", que mulher pode, que mulher é, e que nós só queremos nos sentir seguras e donas de nós mesmas. ??

 Matéria especial com a nossa Acadêmica Duda Tavares